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BEZERRA REPÓRTER.

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Local: CEARÁ, Brazil

Meu Nome: Bezerra, trabalho com comunicação.

1/20/2007

A PROMOTER ALICINHA CAVALCANTE TEM SANGUE CEARENSE.

Como você prefere ser chamada: promoter ou festeira?
ALICINHA CAVALCANTI: Sou promotora de eventos, pronto (risos).
Quando comecei, há 18 anos, não existia o termo promoter, com o qual não me simpatizo.
Prefiro em português.
Tenho 42 anos e quase duas décadas de profissão.
Pretendo lançar um livro que será uma espécie de biografia e registrará minhas impressões sobre a noite.

Falando nisso, a noite em São Paulo mudou muito nessas duas décadas?
Bastante, muda a cada estação.
Antes não existiam tantas casas noturnas.
No Rio de Janeiro só tinha o Hippo e em São Paulo o Gallery.
Para ter 300 convidados em uma festa, bastava convidar só 100.
Hoje em dia, para botar 500 pessoas, é preciso chamar 1500.
Há muitas festas. Um formador de opinião recebe três convites por dia.
Por exemplo: antigamente, só o pessoal do meio artístico ia a uma estréia de teatro, show ou cinema.
Hoje vai todo mundo.
O que tem atrapalhado é a onda de violência, que afugenta algumas pessoas.

O perfil dos convidados multiplicou-se?
São centenas de perfis. Empresários, artistas, esportistas, gente do meio literário, da sociedade, médicos, modelos.
E cada um com suas subdivisões.
Os artistas, por exemplo.
Eles se diferenciam por faixa etária, se são da TV, do teatro, da música, do cinema, das artes plásticas etc.
Gosto de reunir tribos diferentes.
Funciona, desde que ele não fique isolado.
O ser humano é um espectador nato, gosta de ver gente diferente.

Quantos eventos você já fez até hoje?
Mais de dez mil, com certeza.
São tantos que gostei que não saberia apontar o mais legal.
Sou muito comunicativa e festeira, é gostoso trabalhar com entretenimento.
Há um quê de bom humor, celebração e confraternização.
Festa é um momento propício para quem quer espairecer.
E melhor ainda quando muda de local e de pessoas.
Tenho pavor de rotina, me dá tédio, bloqueia minha inspiração.
Nunca fiquei de hostess de casa nenhuma, tipo toda quarta-feira em um único lugar.

Que critérios você adota para montar o seu mailing?
Meu mailing tem dez mil pessoas, das quais nem um nome que não tenha sido dado de próprio punho.
Posso encontrar o Faustão, mas se ele não me der endereço e telefone não ponho no meu mailing.
Meu pior pesadelo: a pessoa acordar de mau humor e ver em cima da mesa um convite para a festa.

Quem tem passe livre nas suas festas?
São aquelas pessoas agradáveis, inteligentes, bom caráter, gente que ilumina qualquer lugar.
Podem ser intelectuais, esportistas, modelos, artistas, médicos. Não dá para citar alguns porque certamente vou esquecer de outros.

Você tem bajuladores no seu pé?
Tem aqueles que é preferível convidar porque se não convidar vão de qualquer jeito.
Eles sempre dão um jeito.
Odeio gente que fica pedindo, pedindo, pedindo.
Em festas para mil pessoas não tem problema.
Para eventos só com cem convidados, nem pensar.
Nas minhas festas têm sempre mais mulheres que homens.
É uma artimanha para os homens não ficarem olhando para as mulheres dos outros, tipo busca e apreensão (risos).

Já passou por alguma situação constrangedora?
Há situações que exigem jogo de cintura.
As pessoas casam, separam, arrumam novos parceiros.
Você é amiga do casal.
Aí tem uma festa e eu preciso escolher só um deles, que virá com a nova companhia.
Como toda separação não é indolor, tenho de optar.
Para evitar saia justa eu parto do princípio de que o convidado tem sempre razão.

Por falar em casamento, você foi madrinha de muitos?
Graças a mim vários casais se formaram.
Gente que amou, casou, teve filhos.
Minhas festas também renderam amizades eternas, negócios profissionais, encontros de vários tipos.

Já recebeu cantadas durante o trabalho?
Não, talvez pelo fato de não ter tempo para ficar conversando só com uma pessoa.
Eu passo a festa circulando.
Se alguém tiver interesse em mim, não vai ser nesse lugar que ele vai flertar.
Eu trabalho muito, durmo só cinco horas por noite, passo o tempo todo ligada.
Viajo a trabalho, trabalho no carnaval, no natal e no reveillon.
Algumas vezes o meu namorado tem de me raptar para podermos passar um fim-de-semana sozinhos (risos).

Você vê uma nova geração de promoters surgindo em São Paulo?
É impressionante como a atividade proliferou, tem mercado para todo mundo.
Cada um com seu target, seu perfil.
O nome dessa cidade é trabalho.
Há pelo menos quatro festas por noite na cidade.
Em termos de eventos e agrupamentos de pessoas, São Paulo supera Nova York.

Qual é o seu pior defeito e a sua maior qualidade?
Defeito: sou muito rigorosa com a organização da festa, às vezes me aborreço quando as coisas não saem conforme o combinado.
Eu luto para que o som esteja perfeito, que a luz deixe as pessoas bonitas, que o coquetel esteja ótimo, que todos os itens que compõem uma festa funcionem com perfeição.
Minha maior qualidade é o bom humor.
Tem uma frase que costumo dizer sempre: ‘Não me venha com vinagre porque a salada aqui é de fruta’.