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Meu Nome: Bezerra, trabalho com comunicação.

1/13/2007

FATOS QUE MARCARAM.

CAMINHÃO DESTROÇA ÔNIBUS NA BR- 222: TRÊS MORTOS.

Data: 10/11/1977

Um caminhão destroçou um ônibus, ontem, pela madrugada no Km 160 da BR 222, resultando na morte de três pessoas e ferimentos em 10 outras. O ônibus, da Rápido Crateús, placas SA – 7123 vinha de Novo Oriente via Crateús com 52 passageiros. No mesmo sentido, com procedência de Teresina, trafegava o caminhão Mercedes Benz de placas YE – 6020. Este foi de encontro ao ônibus que estava estacionado no acostamento, enquanto o motorista mudava um pneu que baixara. No impacto, o ônibus foi de encontro a um caminhão, imprensando contra este e matando na hora dois passageiros que conversavam em frente. Uma mulher que estava dormindo no coletivo foi cuspida da poltrona, caiu no asfalto e também teve morte imediata. O coletivo teve o seu lado esquerdo parcialmente destruído. Os feridos foram retirados dos ferros retorcidos e encaminhados para o hospital de Itapajé. O motorista do caminhão, Cristóvão Ramos Galvão Filho, residente nesta capital, à rua Ana Nery, 280, em Jardim América, foi preso e já está indiciado em inquérito instaurado pelo delegado de Irauçuba, sargento Tercílio Cruz de Oliveira.

O motorista do ônibus, Getúlio Guimarães, também residente nesta capital à rua Frei Mansueto, 900, Varjota, disse à reportagem que descida de uma rampa sentira que um pneu traseiro estava baixando. Reduziu a velocidade e, mais à frente, estacionou o coletivo no acostamento. Alguns passageiros desceram e outros ficaram dormindo no coletivo. Estava retirando, com a ajuda do trocador Chagas o pneu baixo, para substituí-lo por outro, quando à frente, também no acostamento, estaciona um caminhão, cujo o motorista desceu com o intuito de prestar socorro ao guiador do ônibus. Getúlio já havia retirado cinco parafusos da roda, quando de repente, teve a sua sensação voltada para uma forte pancada no ônibus. O caminhão Mercedes que se aproximara velozmente, deu uma guinada para direita, destroçando violentamente o ônibus.

Disse ainda o motorista que os dois passageiros que conversavam em frente foram colhidos pelo ônibus e imprensados forte contra o caminhão, que estacionara a cerca de 10 metros e, não tivesse ocorrido este obstáculo, o ônibus teria sido jogado fora da pista e, naturalmente capotado num aterro de pedregulhos. Outras pessoas que estavam fora do ônibus correram com medo de ser atingidas, enquanto os que estavam nas poltronas se machucaram entre os ferros retorcidos com exceção de uma mulher, que no impacto fora cuspido fora do coletivo, morrendo ao chocar-se contra o asfalto. Eram 2h30 min quando ocorreu o desastre. O ônibus havia saído de Novo Oriente na tarde do dia anterior e o caminhão de Teresina ao meio-dia. Tinha ido deixar ali um carregamento de querosene e regressava com garrafas vazias.

TENTOU A FUGA

O motorista do caminhão, logo após o desastre, tentou a fuga mas acabou sendo preso nas proximidades de Irauçuba por uma patrulha da Polícia Rodoviária. Foi encaminhado para a Delegacia, onde pouco depois davam entrada os corpos. No caminhão, viajava com Cristóvão um seu amigo que saiu ferido e acha-se agora internado no Hospital e Maternidade Hilda Ibiapina Bastos, em Itapajé.

Ouvido pela reportagem, o motorista do caminhão declarou que não cochilara no volante e atribuiu o acidente ao ônibus que, segundo ele, não estava estacionado bem no acostamento. Cristóvão prestou depoimento ao escrivão Eliseu Cosme de Lima, perante o delegado Tercílio Cruz de Oliveira, em companhia do seu advogado Dimas Cruz.

Ao local do desastre, o delegado compareceu com alguns policiais e a perícia a respeito foi feita por patrulheiros da Polícia Rodoviária Federal. Há marcas de pneus do ônibus dentro do acostamento e a posição que o ônibus ficou permitia o livre tráfego para outros veículos.



OS MORTOS

No desastre, morreram o motorista Antonio Pinto, natural de Tamboril, a Sra. Maria do Socorro Lima Morais, natural de Santa Quitéria e residente nesta capital, à rua 516, casa 17, no Conjunto Ceará, e um homem de identidade desconhecida, bastante calvo, de 40 anos presumíveis.

FERIDOS

No Hospital e Maternidade Hilda Ibiapina Bastos, em Itapajé, foram medicados o músico Bartolomeu Pereira Alves, residente nesta Capital, à rua Quintino Cunha, s/n, Argélio Assis Soares residente à rua Deocleciano Aragão, 27, em Novo Oriente, Joana Rodrigues da Silva e seu filho de 6 anos Antônio Benedito Rodrigues, residente à rua Eduardo Nogueira, 237 em Crateús, Maria Caçula Melo Freire, residente à rua José Coriolano, 390 em Crateús, e o comerciário José Inácio Sobrinho, passageiro do Mercedes, residente à rua da Cofeco, 680 em Messejana. Os dois últimos continuam internados em Itapajé. A mulher teve um pé fraturado e contusões no rosto, ao passo que o companheiro de Cristóvão (motorista do caminhão) recebeu ferimentos generalizados.

Ouvida pela reportagem, a sra. Maria Caçula Melo Freire disse que estava dormindo no ônibus, quando ocorreu o acidente não sabendo por isso dar explicações a respeito. Ele vinha para esta Capital fazer compras e hospedar-se-ia na casa de parente Mundita Mendes Lima à rua Monsenhor Salazar, 550.

A MULHER QUE MORREU

A sra. Maria do Socorro Lima Morais, que morreu com fratura na base do crânio e esmagamento do tórax, tinha ido a Santa Quitéria assistir ao casamento de seu irmão Francisco das Chagas Farias, ocorrido no dia anterior. O recém casado interrompeu a sua lua-de-mel e ontem à tarde esteve em Irauçuba. Levou o corpo da irmã para ser sepultado em Santa Quitéria. O seu cadáver e os de Antonio Pinto e do desconhecido foram examinados em Irauçuba pelo médico Pedro Marinho. Maria do Socorro é casada com o ex-guarda de trânsito Francisco Martins Morais. Deixou cinco filhos dois quais casados.


FONTE: Jornal O POVO.